segunda-feira, 23 de julho de 2007

Do amor indizível Tragam me as crianças novinhas nascidas do útero de mulher, com seu riso tenro, doce e desdentado que eu preciso muito delas... Que venham também os outros animais pequenos. aqueles macios, como os gatos, coelhos, filhotes de cães de olhos cativantes e sedutores; Convoco as réstias de luz nas frestas da porta holofotes que iluminam a dança leve das partículas em suspensão balé mágico, lembrança da infância;
Insurja instantâneo todo o poder do amanhecer, triunfo imperial do carrossel solar em sua majestade, força e leveza, certeza a tudo iluminar, sem ameaças e alardes, de quem se sabe senhor da rotina dos dias ao sorver com delicadeza,
o orvalho da pétala em flor. A tudo mais que há e que existe, do mais belo e do mais delicado, que venha agora para me socorrer eu convido, intimo e conclamo: venha estar comigo nessa hora, em que eu preciso tanto de sua companhia. Pois quero falar sobre o meu amor e sobre a mulher a quem amo tanto, mas não tenho as palavras.
Ó desdita, ó fracasso. Elas me faltam, todas opacas, pequenas, mesquinhas. Quero falar, quero dizer, quero gritar mas tudo o que consigo é apenas esse entorpecimento,
dos lentos movimentos, que desistem em seu nascedouro, sábios da sua incompetência e da sua vocação para o fracasso... Ó meu indizível amor, que em seu mero existir asfixia e estrangula todas as minhas tentativas de dizer-te. Tão próxima e tão distante, tão linda. Tão delicadamente linda, inatingível às palavras e aos gestos, cometa olímpico que risca o céu encanta os olhos, surpresa instantânea.
Quero o poço dos teus olhos,
Quero me afogar em tão boa companhia Quero não ser, desistir de qualquer coisa, Abdicar de qualquer presente em que não figures como o futuro. Quero ser em ti, quero ser contigo, Quero ser inteiro, um pedaço teu, Quero que tu me sejas, ainda que impossível Ò meu amor, meu indizível amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que doces seus poemas!!! Já tinha esquecido das tuas verdades....me fazem sonhar. Saudades! Vou estar na terrinha na semana do 12 ao 18 de setembro. (Tô procurando os poemas em español). Tequinha