sexta-feira, 29 de junho de 2007

Deleite

Numa noite de lua cheia, entre o sonho e a realidade, eu mergulhei no teu olhar. Nadei nos lagos de tua alma doce me perdi com gosto nos teus labirintos e desejei ficar assim te olhando, desafiando o fio fino do tempo, driblando as horas, até o dia raiar. Os olhos que então me destes em tão delicado desnudar-se, em que cedes a cada etapa muito mais do que eu mereço, aquecem o coração e te fazem tão querida.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Você me queria e eu sem o saber, sabia Mas nada fiz a respeito, impedido pelo proibido, que a mim mesmo me proibia. E você me queria. Agora que mudei de lado, fiquei errado? Era para não me ter? Era só pra me querer? Que gosto é esse que ama pelo avesso, sonha com o impossível, recua diante do sensível? Agora é minha vez de te querer querendo querendo que tu me queiras muito. Convoco a tua coragem para atravessar imagem e com seu desejo se haver agora que já dei conta do meu. Serei entretanto paciente num tanto certo que possa te trazer para perto, perto suficientemente perto para que de olho aberto você possa me querer.

sábado, 23 de junho de 2007

No tempo certo Minha querida,
Não te farei um poema precoce! Não te chamarei de flor e de raio de sol Não te direi que és doce e gentil Não o direi, antes da hora. Esperarei, paciente, que as rimas se imponham Que o tom lilás da violeta me acuse, que o teu reflexo no espelho bizotado, tudo ilumine num arco iris de luz. Esperarei que a tua doçura me afogue no gozo de uma gentileza geral. Então, e só então, não porque eu o tenha feito, serás tu mesma o poema que a mim se ofereceu.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Meu amor difícil
Teu nome cai e não tenho mais forças para sustentá-lo, forte e quente , rente com o meu coração. Ai como me dói, vê-lo cair, eu, que te prometi amor eterno, me revelo, assim, falso, fraco e mentiroso. Humano demasiadamente humano. não suportei o fustigar dos ventos o frio gélido em minha alma e toda a desesperança do teu silêncio. Mil vezes mirei em busca dos sinais de que te importavas ou padecias tanto por ele, tanto o quanto eu sofria. Mil vezes encontrei o vazio da tua resposta, o eco invertido das palavras, as que nunca me oferecestes. O teu nome cai de minha boca e nessa queda vai ao chão. As mãos, as minhas , não se movem em seu resgate. Não vou devolvê-lo ao altar da minha devoção. Meu amor, que terror, volto a viver sem o nome teu, perco um pedaço da minha paixão.
jogo de sedução Você me queria e eu sem o saber, sabia Mas nada fiz a respeito, impedido pelo proibido, que a mim mesmo me proibia. E você me queria. Agora que mudei de lado, fiquei errado? Era para não me ter? Era só pra me querer? Que gosto é esse que ama pelo avesso, sonha com o impossível, recua diante do sensível? Agora é minha vez de te querer querendo querendo que tu me queiras muito. Convoco a tua coragem para atravessar a imagem e com seu desejo se haver. Agora que já dei conta do meu... Serei, entretanto paciente paciente num tanto certo que possa te trazer para perto, perto suficientemente perto para que de olho bem aberto você possa me querer.
"Misteros"
Tem amor que é assim. Amor impedido, remoso e teimoso. Ponta de estoque na prateleira das impossibilidades. A gente quer mas não pode. Difícil de se conformar. No começo forte, entristece só de lembrar. Depois esmorece, fica ali, amor lerdo se esquecendo, dormindo como coisa boa, lembrança leve de um aperto. A gente quer mas não pode. Tem amor que é assim: a cara da gente, mais parecido não poderia ser. Porque então não dá certo ? Não prospera, não progride, tanto mais podia ele mas não vai acontecer. Tem amor que é assim, Não foi, porque não pôde ser!

terça-feira, 12 de junho de 2007

Lugar do singelo Haverá ainda um lugar para o singelo? Fará sentido ainda o simples? Estaremos todos mortos para o doce e o belo? Seria tarde demais? Levantar-se a cada dia, olhos no horizonte, fustigar a esperança, instaurar uma presença. Crer. Sentir o suor rolar pela face, lançar as pernas em cada passo, afugentar o medo e o frio, enrijecer, sem perder a ternura. Seguir no caminho, o celeiro da memória a nutrir. Sim, fomos felizes um dia perdidos na confusão, nos dissemos adeus. As cores esmaecidas embotam a visão. Comemoremos o passado, o futuro a Deus pertence: Que ele seja singelo, simples, doce e belo!