ANTES DA RUÍNA FINAL...
Jerusalém, Jerusalém, és hoje
o corpo do próprio homem
carregas no teu seio a
praga da escuridão.
Todo o facho se consome
e só tu não te iluminas;
perdida foste, desgarrada és,
a vagar alienada,
foges ao perdão.
Jerusalém, Jerusalém,
quão seduzida estás,
compras e te vendes ao consumo
e mergulha-te cada vez mais
em sandices orgíacas
em materialismos infernais.
Fechas as portas a ti abertas
ris e debochas do sagrado:
apressa-te e cuida-te Jerusalém!
Em breve para ti os portões
estarão cerrados
A blasfêmia mais vil
gruda-te à boca como o visgo
A perfídia te invade
ignoras o mais tênue amor.
Jerusalém Jerusalém,
assim foi, assim será
em teu ser danado
que na insanidade persiste
só a permanente e lacinante dor
do estilete delgado conhecerás.
Acorda Jerusalém ! Desperta
neste ocaso do dia
banha-te nas últimas réstias de luz:
conquista a legitimidade de
ser filha do Pai
Que a Ele pouco importa
que do inficentésimo instante,
obreira de última hora, sejais.
Jerusalém, Jerusalém
neste último instante
vislumbre a possibilidade da paz
torna-te ao teu caminho
e não peques mais.
terça-feira, 15 de agosto de 2006
quarta-feira, 9 de agosto de 2006
Eu que amo tanto
Eu que amo tanto
a solidão,
hoje abomino
o vazio da sua falta ...
Da falta que me faz
saber que você existe,
que você me ama
e que você me quer.
E que, por isso, hoje
somente hoje,
não corro,
portanto, o risco
de ser assim tragado
por ela - a solidão - a quem amo tanto,
e assim não ser
hoje tão só somente só
como um desejo sempre.
Assinar:
Postagens (Atom)