domingo, 27 de abril de 2008

Busco gotas de sentido, Perdidas nas frestas do mundo. Vida e morte que não para, No sucesso das gerações escamas de dentro para fora no ventre do tempo-rei que vêm e que vão, num ritmo cego humanidade, estertor permanente dos partos e dos velórios. Epitélio gasto e descartável me sabe Célula opaca e cansada, eu sou. De um tempo que já foi o meu, não será jamais. O fogo celeste renova incessantemente a natureza, E somente a nossa estupidez sustenta Extrair das memórias a ilusão Que o mundo já foi melhor um dia: terá sido? Tempos de antes, quando éramos jovens. e a inconsciência tudo nos permit Ao gosto do freguês: sexo, drogas e rock in roll Utopias, gente jovem reunida. Mas o mundo hoje, é hoje, ainda que ele não seja, tanto assim para mim. Tanto quanto terá sido um dia. Terá sido? Na bizarrice do gozo, sexo, comida e consumo Nunca houve nada de novo sob o sol que se põe todo dia-dia. Tagarelice infindável, tantas palavras ocas e vazias Que nenhum sentido é capaz de traduzir. Se não há nada de novo para dizer Porque então insistir na poesia?

sábado, 19 de abril de 2008

//O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura os seus interêsses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.// Mundos partidos, parte de mim, parte de ti. Partindo me levas consigo. Em parte. Partindo, ficas em mim. Em parte. Ficas e levas, nos pedaços perdidos, fora do comum. Do comum de dois. O que eu tanto sei de ti, o que tanto sabes de mim, não nos faz um saber de nós: "vida , vento leva-me daqui". Nossa senhora Desatadora dos Nós, valei-nos, nessa hora!