domingo, 27 de abril de 2008

Busco gotas de sentido, Perdidas nas frestas do mundo. Vida e morte que não para, No sucesso das gerações escamas de dentro para fora no ventre do tempo-rei que vêm e que vão, num ritmo cego humanidade, estertor permanente dos partos e dos velórios. Epitélio gasto e descartável me sabe Célula opaca e cansada, eu sou. De um tempo que já foi o meu, não será jamais. O fogo celeste renova incessantemente a natureza, E somente a nossa estupidez sustenta Extrair das memórias a ilusão Que o mundo já foi melhor um dia: terá sido? Tempos de antes, quando éramos jovens. e a inconsciência tudo nos permit Ao gosto do freguês: sexo, drogas e rock in roll Utopias, gente jovem reunida. Mas o mundo hoje, é hoje, ainda que ele não seja, tanto assim para mim. Tanto quanto terá sido um dia. Terá sido? Na bizarrice do gozo, sexo, comida e consumo Nunca houve nada de novo sob o sol que se põe todo dia-dia. Tagarelice infindável, tantas palavras ocas e vazias Que nenhum sentido é capaz de traduzir. Se não há nada de novo para dizer Porque então insistir na poesia?

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