domingo, 19 de novembro de 2006

A bailarina elegante
A bailarina sangra o coração sangra o seu e o meu, sangra o de muita gente mais. Sangra com a sua propria mão. A bailarina se castiga, mortifica-se, maltrata, consome-se em culpas por faltas que não cometeu. A bailarina quer perfeição.
Se envergonha pelos enganos alheios se aborrece com que lhe parece feio. Fica irritada ao espelho que revela, as falhas do ambicioso ideal. A bailarina sofre e sofre. Sofre e não aprende a lição. A bailarina imagina um rigor, rigor, que no mundo não tem. Elegante bailarina, mire nisso, mas mire com muita atenção;
no dizer de Balzac, elegância é parecer-se com aquilo que se é. Estimar suas perebas e suas feridas no pé.

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