terça-feira, 23 de maio de 2006

TANTRA

Venha meu amor, Venha comigo, mas venha devagar: na noite deslizemos, para não acordar as estrelas. Conheçamos companheiros, os mistérios mais profundos de Deus tornado homem e mulher. Eu te dispo. Tu me despes. E nossa nueza crua assim tão nua, brilha mais do que a lua. Venha meu amor; devagar bebamos a doçura que dos olhos, este momento mágico exala. Eu te quero e tu me queres, mas não nos movamos; que assim tornados estátuas perpetuamos segredos, continuamos no gesto de minha mão

que toca ao rosto teu.
E rola na tua face uma lágrima solitária com que teus olhos me brindam brotando da emoção. E tremem os meus lábios, que a sorvem, sem no teu rosto tocar. Venha meu amor; que a morte não te assuste Morramos para tudo neste momento final. E agora é a tua mão, que com timidez, ao meu corpo toca, e deslizando docemente, falas ao meu coração: - Sim, contigo eu vou amor meu, da morte não tenho medo que morrer é neste instante sublimidade da paixão. E o seu corpo ao meu se cola. Perdidos estão os contornos, não sabemos mais quem somos, Não sabemos, tu e eu. E o teu corpo assim tão próximo, o teu seio tão macio o teu colo, teus cabelos o perfume que exalas... Tudo fala e tudo cala. Outra vez quedamos imóveis. Fechas teus olhos. Fecho aos meus. E nos abismos do ser em serenidade mergulhamos. Tudo é paz. Tudo é silêncio Tudo é só verdade. Assim, as almas libertas em proximidade tão distante voam voam pelo céus, e nem percebem a fusão que se operou neste instante. Não sei mais da minha carne e nem tu sabes da tua não sei mais do meu ser e tu não sabes do teu. E assim mantidos imóveis perdidos num tempo que não passa, descobrimos a eternidade: Tu me sabes e eu te sei! Nada é o que nos resta O milagre aconteceu!

Um comentário:

Anônimo disse...

Uauuu! Me deixou sem fôlego! Parabens! Supersenível!