
sábado, 28 de agosto de 2010
insone

Há algo no sono que soa à uma traição da vida
um rebaixamento da vida à sua condição mais basal,
um aniquilamento relativo dos sentidos
para tornar legitima a falsficação da existencia
patrocinada sob o formato dos sonhos.
Quisera eu não dormir nunca
em compania de uma humanidade insone
perder a marca dos dias mergulhado em perpétua fruição
tomado da pura atividade e movimento.
Derrotar ao sono é derrotar
uma vez a cada vez a morte certa
recusando-se morrer a cada noite
.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Ode às moças que viram mulher!

O tempo? Ora, o tempo...
o tempo que traz dissolução,
enrijecimento e velhice
não é senão o segundo tempo.
O primeiro, ai que saudades dele...
pura fruição, alegria, vontade de viver
fazia o natal chegar todo ano
sempre como uma surpresa nova,
garantia assistir aos filmes de censura
assim que a idade ia chegando.
Viver as expectativas do primeiro sexo com penetração,
passar no vestibular, casar ou ir morar junto,
o nascer do primeiro filho...
Mas de tudo isso, desse primeiro tempo da vida,
que só a partir do segundo
nós homens, aprendemos a apreciar
é o tornar-se mulher daquelas meninas
que nós assistimos a crescer...
sábado, 21 de agosto de 2010

Eu que sou quase um elefante
Queria a leveza de uma mosca
Para deslizando mansamente
Penetrar, mimos de delicadeza
Na lojinha de louças do seu coração.
E sem que você se desse conta
Sem alarde e sem barulho
Fazer ai crescer um ninho,
Leveza, doçura e carinho.
E quando distraida pelas ruas
Você fosse a passear,
Ao me ver , ao me encontrar
Surpresa pudesse então exclamar:
Meu Deus, como eu amo esse elefantinho!.
menina bonita

Quando te digo que és linda
Sei que não me podes compreender
Não vês o que eu vejo, quando eu olho pra você.
Lindas são muitas, são tantas, mulheres existem
Belezas, como se não pudesse outra igual
Mas quando te digo que és linda
Não traduzo as estéticas de um ideal
Transponho do amanhecer do dia
O mistério das claridades mais brilhantes
Que no sol dos teus olhos negros
iluminam este rosto tão doce
que nunca canso de rever.
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