segunda-feira, 19 de outubro de 2009

vicio solitário I

São tuas, as duas.

Mãos, que te tocam agora

a púbis própria.

Sutis e displicentes

Que descontrolam-se e descem mais,

Perseguem, masceram,

esfregam, esmagam,

Apertam, penetram

mas não encontram não.

As mãos, as tuas,

que te tocam agora

são mãos.

Os dedos que elas tem,

e que também são teus,

são sempre mais frios

do que o esperado.

Nem sempre macios,

mais sempre, mais cios.

Rio /maio 2002
Vicio solitário II
A mão que me toca solitária ao meu sexo solitário é a minha mão. O gesto displicente de quem assim se coça, caça algo, quer o saiba ou não. Que cresce e aparece Clama e endurece. Ensurdece, para as vozes da razão. Rio/maio 2002

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