terça-feira, 4 de novembro de 2008

coração vazio.

Meu coração está vazio. Que horror! A nau estancada em alto mar sofre com o turbilhão da falta de destino. As ondas me jogam de lá e pra cá, e não há nenhum porto mulher em que eu possa me abrigar. Rumo para onde apontar o meu prumo, farol para dirigir o meu amor. Não encontro entre as damas do meu cotidiano aquela capaz de movimentar o meu sonho. Oh, como sinto pela falta de um favo, de um seio alvo ou negro mamilo ao qual desejar. Oh! Como se assombra o imenso pavor de nunca mais amar! Abro as velas brancas e de braços cruzados me deixo governar pelo sem sentido deste instante. Conjuro sereias, quero me embriagar no seu canto, me afogar, sem temer os profundos do mar. O que me mata são as superficies imensas, agitadas, tristes e sem esperança.

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