segunda-feira, 29 de maio de 2006
SORTILÉGIO
Um dia uma cigana leu a minha mão.
Guerreiro? - Sorte nas armas;
desgosto no amor.
Num trejeito de ombros
com desconfiança assenti.
Eu era jovem e o coração,
pulsava forte em meu peito.
Arengas de velha, conclui.
Muitas lutas em campos estranhos
lutei. Por tênues fios tive a
vida presa. Sempre venci.
Sorte nas armas!
Em estratégias cuidadosas,
em planos bem traçados,
por sina, como leão pelejei.
Louros acumulei e Pelo poder
não me deixei seduzir.
Eu sempre venci! Fui magnânimo
para com os vencidos...
Hoje ha muito, o sol cruzou
a linha do meio dia, da minha vida
e a muitas mulheres conheci.
Troféus de vitórias as vezes,
generosas e sinceras em outras
ocasiões.
Brincadeiras de intervalo
entre um momento e outro
da eternidade.
Uma só vez, de coração disparado
lutei sem vontade de vencer.
Uma flexa perdida me atingiu,
depus as armas e me entreguei.
Por amor sofri e ainda hoje sofro.
A esta derrota amargo, em
um coração cansado
que as vezes parece querer desistir,
Um dia uma cigana leu
a minha mão.
Guerreiro?: Sorte nas armas
desgosto no amor!
Eu deveria ter acreditado!
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Um comentário:
A cigana esqueceu de dizer que antes do desgosto existe o gosto e que este gosto tem gosto de amor!!!
Ainda que dure um tempo... mas sim, vale a pena e principalmente quando a alma não é pequena.
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