quarta-feira, 4 de julho de 2007

Deixar partir.

Se nas saudades de hoje Quando recém te vi, Só de imaginar, Adivinho as do amanhã Quando partirás para tão longe, Que triste panorama O meu futuro encerra. E se na minha boca Não soluça um pedido Para que fiques. Não murmura a intensidade Como te quero comigo, È que mantenho a ferros, Agrilhoado e mudo, o monstro egoísta Que habita em mim. Deixar voar a borboleta Consentir dividir com outros O esplendor dos seus azuis. Aceitar que as plantas aspirem ao sol Sem tolher a sua copa Quando esta se distancia do solo Exige, coragem e covardia De um coração tensionado entre o medo e a esperança. Quando o agir e o não agir Convergem para uma mesma desgraça. Mundo sem sentido Sentido sem mundo. Corajoso e covarde Despedirei-me de ti Sem um pingo de certeza De ter agido com retidão. Moira, o destino não poderá Ser por mim cobrado das conseqüências dos meus gestos sem ação. Vá borboleta! Cresça frondosa arvore! A memória dos teus azuis O frescor da sua copa altaneira Sempre me informarão de ti E sempre me lembrarão confuso Da alegria de saber Que foste minha um dia e por um pouco, muito pouco, Não o seguistes sendo.

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