domingo, 25 de junho de 2006

BOIADA (A meu pai) A boiada invade a praça. Agitam-se gentes e janelas Marciais marcham sem graça a lagoa vão beber. São muitas cabeças tangidas floresta de chifres sem ritmo dolentemente á agua se inclinam: línguas sôfregas sovem num estranho ressonar. E ali se demoram no barro encravados como se quisessem ficar toda a tarde a beber, como se da agua esperassem que elas os pudessem reter. Mas o destino selado Sorve os condenados. La fora no alto É certo os esperam: Homens, Cavalos e ferros. Um estreito Curral. O trem da Central Um apito sinal Uma viagem final.

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